quinta-feira, 30 de junho de 2016

Podemos chamar de egoísmo?

criança
Há cerca de duas semanas, escrevi este texto: https://psicologia-sem-psicologa.blogspot.pt/2016/06/quando-morte-parece-o-mais-acertado.html, tendo por base a história da mãe que se tentou suicidar com o filho no colo, sendo que apenas o filho morreu e, mais tarde, colocou-se a hipótese de que ela atirou, em vez disso, apenas a criança para o rio. Tentei entender os motivos de uma mãe que mata o seu filho, mas eis que ontem apareceu uma nova notícia e eu fico a pensar "Mas este mundo não para de me surpreender?". Pois bem (que nada bem está), uma mulher, de 37 anos, matou-se a si e ao seu filho, dentro de um carro que ela própria incendiou, isto porque não queria que o menino de três anos pudesse estar também com o seu pai. Tinha sido decidida, pelo juíz, uma guarda partilhada, pelo que entendi, e a mãe que não concordou com a decisão, contrariou-a desta forma.
A minha teoria de que a mãe, quando quer morrer, não quer que o filho sofra com a sua perda e mata-o também, parece deixar de funcionar e começo a ver estas situações como um ato de egoísmo profundo, em que a mãe pensa que a criança é da sua e completa posse, agindo como se pudesse determinar o fim da vida de outro ser humano, apenas porque lhe deu início (podemos colocar a situação assim, creio). Mas a questão é que ninguém pertence a ninguém, nem mesmo um pai ou uma mãe, um marido, esposa, seja o que for, tem posse sobre o outro, somos todos seres independentes, até certo ponto, fomos gerados por alguém que se encarrega (ou não) de nos criar, nos fazer desenvolver, nos educar, dentro (ou também não) dos moldes da sociedade em que vivemos, no entanto, esse alguém não tem qualquer poder para ditar quando a nossa vida termina. Na minha opinião, o máximo que um pai ou uma mãe pode fazer é ajudar o filho a escolher um caminho que queira tomar na sua vida, e acaba aí o seu poder sobre o descendente. 
Gostaria, novamente, de conseguir entender o que pode passar pela cabeça de alguém que mata e, nomeadamente, de alguém que mata um filho, um pai, uma mãe, alguém tão próximo, de laços que não se podem ignorar. Mas, neste momento, gostaria ainda mais de perceber como é que alguém pode matar devido ao sentimento de posse sobre outra pessoa. Como é que alguém pode acreditar que o outro lhe pertence? Parece-me absurdo...
Tenho de alertar que não venho aqui, como é óbvio, trazer conclusões a ninguém, não tenho experiência ou sabedoria para isso. Venho apenas refletir acerca destas situações, que em nada podem passar-nos ao lado apenas.

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